ANGELA RODRIGUES – NO JORNAL DE FATO..

JANEIRO EM CARAÚBAS É UM SENTIMENTO.

As festas de padroeiros remetem aos modelos de humanidades que além do aspecto religioso são uma troca de convivência. Uma parada na vida cotidiana para receber os visitantes. Um motivo para voltar a nossa cidade, rever amigos e visitar familiares.  É o símbolo da alegria e do amor que o ser humano não consegue, por suas próprias forças, tornar definitivo em outros momentos.

A festa de São Sebastião é o maior evento religioso e social da terra das caraubeiras.

Como não esperar e viver intensamente os dez dias de “Festas de Janeiro? ” São muitas as opções das mossas matinais as novenas, alvoradas e salvas, leilões, cavalgadas, procissão dos motoristas, quermesses e festas, há opções para todos.

O Mártir São Sebastião, de Caraúbas, reúne, em torno de si, os filhos naturais e adotivos em momentos de muita celebração. Como disse Fablo Tácito (Faim) “Janeiro em Caraúbas é um sentimento”. Sentimento de pertença, de alegria, de confraternização, de magia.

Nesse período festivo, que coincide com as férias de muitos, a cidade abre suas portas para chegada dos filhos ausentes, visitantes de outros estados e dos mais variados distritos e recantos do município. Faceiros e carregando na bagagem muita fé, saudade e animação, sozinhos ou acompanhados de amigos e familiares, os visitantes vão chegando e se instalando por todos os recantos da cidade para viver os dez dias ou apenas um final de semana. Há os que chegam montados nos seus cavalos, burros e jumentos ou carroças para participar da tradicional cavalgada de São Sebastião. Ao final do trajeto o padre abençoa os cavaleiros e seus animais. É hora de dar água e amarrar seus animais nos troncos das árvores pelas ruas e praças da cidade e dirigirem-se a tenda aramada ao lado da Matriz e exercitar o corpo ao som de um bom forró.

Quando o crepúsculo começa a desenhar a noite é hora dos fieis dirigirem-se à Matriz para novena. O centro da cidade vira passarela; como se procissão fosse, as pessoas se dirigem ao quadro da igreja para a celebração da festa religiosa. No patamar, a centenária Banda de Música Maestro Antonio Joaquim* os espera tocando o Hino do Mártir, e outros dobrados inesquecíveis.

Ao final da novena a população se divide. Uns seguem para Praça dos Festejos, onde acontecem a festa profana, outros voltam para casa ou vão sentar na calçada de algum parente e colocar as novidades em dia. Gosto especialmente da abertura, das missas matinais e das salvas.

Este ano não consegui assistir o hasteamento das bandeiras. É emocionante ver as bandeiras subindo ao som de nossa banda. Não consigo traduzir a emoção que sinto neste momento. É algo que me transporta para algum lugar que só consigo visitar naquele instante mágico. Consegui participar da primeira missa e da salva.  Ah! A nossa salva tem uma energia diferente, contagiante. Quem vai nunca esquece e quer voltar. O “desfile” após a salva, a disputa pela vaga de baliza, tudo é festa e celebração. O “sol a pino” não impede que os devotos de São Sebastião sigam a banda até sua sede. Um cortejo que cresce ano a ano.

Dia 20 uma procissão, que parece não ter fim, pela quantidade de gente, seguida de missa, encerra as festividades religiosas do Santo Padroeiro do município. Fiquei lá apenas um final de semana, mas consegui visitar Tica Soares, Nega Maia e três tias muito queridas, Tia Caminha, tia Dasdores e Tia Dodô, além reencontrar algumas pessoas muitas queridas e conhecer a linda Ângela, cujo nome é minha homenagem. Um carinho de seu pai, meu primo.

Ir à Caraúbas é sempre uma revisitação a mim mesma. É reconhecer-me nas ruas e pessoas que ajudam a contar minha trajetória. Fiquei muito feliz em ver que a praça do centro foi revitalizada e voltou a ser um belo e acolhedor espeço.

Na verdade, a cidade inteira estava belíssima. Cheia de luz, limpa e acolhedora, mas senti falta da geladeira literária na praça João Bosco.

A matriz, estava linda! O Jardim bem cuidado. Parabéns aos gestores pelo zelo com nossa Matriz e cidade. *

A banda recepciona os fiéis em todas as celebrações.

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