SOL E TEMPESTADE
Se eu pudesse dizer algo a mim mesma, eu diria: A vida é isso, esse bate-volta, a porta que emperra, o novo que de repente se abre.
É se perdoar mil vezes e se ajeitar na quietude de quem precisa sentir paz.
É consolidar laços estreitos de amor-próprio, é seguir sem olhar para trás.
É admitir os erros, amadurecer, evoluir dentro dos aprendizados do tempo.
É ir e voltar e se permitir na lucidez de quem consegue ser feliz.
É extravasar, sentir, caber sem aperto, sem posse, sem culpa de ser o que é.
Eu sinto minhas cicatrizes, sinto os passos que dei, sinto todas as vezes que desisti e fui em busca de outro caminho.
Já fui sol e tempestade.
Continuo comigo.
Sou fiel ao que sinto por mim.
Sil Guidorizzi
Foto Francisco das Chagas (Bentivi)